LIVE: ANIVERSARIO DE CAMPINAS – LANÇAMENTO OBSERVATORIO CENTRO DE CAMPINAS
Publicado em 15 de julho de 2020 por José Pedro S. Martins
O Observatório Centro de Campinas foi lançado na noite desta terça-feira, dia 14 de julho, com uma live transmitida pela fan page do site Campinas.Com.Br, repleta de análises e propostas feitas pelos participantes. O lançamento aconteceu no dia em que Campinas completou 246 anos e em que o portal Campinas.Com.Br comemorou dez anos, como o mais importante veículo de divulgação das artes e do entretenimento na cidade e região.
A live teve apresentação da jornalista Luciana de Almeida, diretora do Campinas.Com.Br, e mediação do jornalista e chef Manuel Alves Filho, idealizador do Observatório Centro de Campinas, com o jornalista e escritor José Pedro Soares Martins. Alves Filho lembrou que o Observatório quer “reunir as forças vivas da cidade em torno de uma proposta coletiva, reunindo diversos olhares e experiências, pela requalificação do centro de Campinas, a alma da cidade”. Ou seja, o Observatório será um “instrumento de participação cidadã, em uma cidade conectada com a ciência, a tecnologia e a inovação, mas que também precisa estar atenta ao seu patrimônio histórico cultural e ambiental”.
Assim, o Observatório Centro de Campinas foi lançado com essa primeira live e terá continuidade com outros eventos temáticos, sendo o primeiro no dia 28 de julho, sobre Saúde e Ação Social. Novos encontros virtuais acontecerão, sempre com a identificação de propostas que serão apresentadas aos candidatos à Prefeitura de Campinas, nas eleições municipais previstas para novembro. Depois, o Observatório continuará funcionando com elaboração de planos de ação e uso de indicadores e ferramentas de monitoramento e avaliação, além de campanhas especificas, visando revigorar o centro de Campinas, que já tem muita vida mas necessita de maior valorização e investimentos, sobretudo diante das modificações urbanísticas previstas com a entrada em operação do BRT e, agora, com a pandemia.
Manuel Aves Filho lembrou também que o Observatório Centro de Campinas foi idealizado, por ele e o jornalista José Pedro Martins, considerando diretrizes e conceitos derivados de documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Agenda 21 e a Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, além da Constituição Cidadã de 1988.
Assim, o Observatório Centro de Campinas foi lançado com essa primeira live e terá continuidade com outros eventos temáticos, sendo o primeiro no dia 28 de julho, sobre Saúde e Ação Social. Novos encontros virtuais acontecerão, sempre com a identificação de propostas que serão apresentadas aos candidatos à Prefeitura de Campinas, nas eleições municipais previstas para novembro. Depois, o Observatório continuará funcionando com elaboração de planos de ação e uso de indicadores e ferramentas de monitoramento e avaliação, além de campanhas especificas, visando revigorar o centro de Campinas, que já tem muita vida mas necessita de maior valorização e investimentos, sobretudo diante das modificações urbanísticas previstas com a entrada em operação do BRT e, agora, com a pandemia.
Manuel Aves Filho lembrou também que o Observatório Centro de Campinas foi idealizado, por ele e o jornalista José Pedro Martins, considerando diretrizes e conceitos derivados de documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Agenda 21 e a Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, além da Constituição Cidadã de 1988.
Delimitação do centro – Uma das painelistas participantes, a arquiteta e urbanista (pela PUC-Campinas) Ana Villanueva lembrou que o centro sempre foi a alma das cidades, desde a ágora grega, onde nasceu a democracia e o povo se reunia para várias atividades, inclusive para votar. O mesmo com o Fórum romano, as praças com Igrejas na Idade Média e os centros no Barroco e Renascimento, até os dias atuais. “O centro sempre foi a vida pulsante das cidades, infelizmente afetado pelo urbanismo moderno, do final do século 19 e inicio do século 20, que considerou o centro como lugar preferencialmente de passagem. Esta é a visão que perdurou e influenciou muito no centro de Campinas, até o urbanismo contemporâneo que busca requalificar os centros das cidades”, comentou a especialista, que é doutora em História pela Unicamp.
Para Ana Villanueva, em qualquer proposta de requalificação da região central, é preciso delimitar o centro histórico. No caso de Campinas, esse centro histórico estaria situado em torno da praça Bento Quirino (Largo do Carmo), onde nasceu a cidade a 14 de julho de 1774, expandindo-se a partir daí para o Largo do Rosário e praça da Catedral, indo depois até a região do complexo ferroviário, onde operavam as estações da Companhia Paulista e Companhia Mogiana.
A arquiteta e urbanista, Bolsa CAPES de Doutorado em Lisboa, Paris e Florença, defendeu que o centro deveria ser requalificado tendo em vista sobretudo os pedestres, e por isso entende que é necessário fechar algumas ruas da região. “Para que deixe de ser lugar de passagem, o centro precisa ser atrativo, seguro, com várias atividades e a cultura sempre possibilitou isso”, afirmou, lembrando que a criação do Museu da Cidade foi exemplo de reocupação. “Não foi um plano de cima pra baixo. Primeiro os artistas ocuparam a antiga fábrica da Lidgerwood e depois veio a ideia do Museu da Cidade”, completou.
Ana Villanueva sustentou também que a requalificação do centro passa por um mix de ações, envolvendo sociedade civil, iniciativa privada e poder público e não pode depender apenas de uma fonte de financiamento ou de decisão. “É preciso pensar em novas maneiras de gestão do patrimônio”, destacou, salientando que, na sua opinião, o patrimônio tombado, localizado no centro de Campinas, que mereceria mais atenção inicialmente seria o Palácio dos Azulejos. “O edifício foi o primeiro tombado a nível federal, pelo IPHAN, e também em esferas estadual e municipal, é um lugar onde as pessoas vão para as atividades que promove”, concluiu a arquiteta e urbanista, que trabalhou na requalificação do centro da cidade de São Paulo como gestora de projetos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em especial com o restauro do Teatro Municipal de São Paulo, a Biblioteca Mário de Andrade e a Casa da Marquesa de Santos.
Tecnologia no centro – A outra convidada foi a economista formada pela Unicamp Maria Cecília Campos, assessora de Ciência, Tecnologia e Inovação na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo da Prefeitura de Campinas. Ela também defendeu que o centro deve ser multifunção, com a presença de moradias e atividades para pedestres. Na sua opinião, os prédios vazios deveriam ser reocupados e os edifícios antigos, parte do patrimônio histórico da cidade, revitalizados.
Maria Cecília, que é especialista em Gestão da Sustentabilidade (Unicamp) e Comunicação Organizacional (PUC-Campinas), defendeu a estruturação de uma nova governança para a região central, com a participação de vários atores, para que o sistema de decisão não fique concentrado apenas na administração pública. As ações pensadas para a requalificação, na sua avaliação, precisam representar, além dos aspectos sociais, benefícios econômicos para todos os envolvidos.
“Devemos ter projetos de curto, médio e longo prazos, envolvendo vários setores e agentes. O turismo é um exemplo de atividade que envolve vários setores, de cultura, entretenimento, gastronomia, e deve ser incentivado para a região central, com a recuperação do patrimônio existente”, defendeu ela, que já foi gestora da Estação Cultura.
Maria Cecília Campos coordena a Semana Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas e faz a articulação local do projeto Americas Girls Can Code, da União Internacional de Telecomunicações. Para ela, o centro de Campinas pode abrigar startups de alta tecnologia, o que significaria levar parte da juventude para a região, o que poderia se conectar com atividades culturais, de lazer e gastronomia para o período noturno, dando novo vigor para o território. “O centro pode abrigar por exemplo espaços de coworking, em áreas que hoje estão inativas. Já temos experiências em outras cidades do mundo nesse sentido”, lembrou.
“Precisamos de uma intervenção intersetorial, propiciando uma diversidade de ações e atrações, estimulando a economia criativa e visando uma convivência saudável e estimulante, para que o centro pulse ainda mais”, disse Maria Cecília Campos, resumindo o espírito do que propõe o Observatório Centro de Campinas, oficialmente lançado em mais um aniversário da cidade.