VILA MANOEL FREIRE

O Sr. Israel Bonato, herdeiro da Vila Manoel Freire, nasceu 29 de janeiro de 1918, na casa nº 27 da rua Alferes Raimundo, e deu seu depoimento sobre o bairro no ano de 1994:

O Sr. Manoel Freire era tio-avô do Sr. Israel Bonato, nasceu em Portugal transferindo-se para o Brasil com uma quantidade de dinheiro, e aplicando-o em Campinas. Logo que chegou aqui, começou a trabalhar na Cia. Mogiana, a princípio como limpador de máquinas, foguista e chegou, posteriormente, à condição de maquinista (Figura 1). Como já possuía dinheiro começou a construir a Vila Manoel Freire, provavelmente no início do século. A maioria dos primeiros moradores da Villa eram aparentados do Sr. Manoel Freire e alguns trabalhavam na Cia. Paulista e Cia. Mogiana (COORDENADORIA, 1993).

No arco de entrada da Vila Manoel Freire existia a data de 1.915, provavelmente a data de sua construção, pois era costume na época, registrar a data de inauguração de uma casa, colocando tal informação na sua fachada (Figuras 2 e 3) (RODRIGUES, 1997, p. 93).

A fachada da Vila Manoel Freire era constituída pelo conjunto de casas da rua, com um entablamento único para todas elas, pois, apesar de serem pequenas individualmente causavam um efeito monumental em seu todo (Figura 4). A rua alferes Raimundo da Vila Manoel Freire, foi pavimentada entre 1925 e 1930 com paralelepípedos (RODRIGUES, 1997, p. 93).

Foi construída pela Sra. Maria Volpi Freire (mulher do sr. Manoel Freire) uma capela no interior da Vila Manoel Freire, em 1935, dedicada à Nossa Senhora Estrela, e foi aproveitado um pedaço de terreno em triângulo entre as edificações (Figuras 5 e 6).

      

Dona Frozina Torres Barnabé, sobrinha da Sra. Maria Volpi Freire, contou em entrevista, no ano de 1994, que os moradores da Vila Manoel Freire

realizavam muitas missas na capela, e por ser esta muito pequena, eram colocados bancos do lado de fora. Neste local também rezavam à noite e faziam presépio na época de natal. Quando Manoel Freire faleceu, deixou em seu testamento uma casa para a Igreja São José, com a condição que se rezasse na capelinha missa uma vez ao mês (Figura 7) (RODRIGUES, 1997, p. 93).