A IGREJA SAO JOSE NA VILA INDUSTRIAL
Sobre a história da Paróquia São José seu início data de 1911, quando chegou ao Brasil os primeiros missionários da “Congregação dos Missionários do Sagrado Coração”, fundada pelo padre Júlio Chevalier. (ARQUIDIOCESE CAMPINAS, on-line).
Tem-se notícia que estes missionários passaram pela cidade de Campinas no ano de 1915, quando o Bispo de Campinas, D. João Batista Correa Nery autorizou a fundação da primeira Paróquia da Diocese de Campinas, a Paróquia São José, em troca de que alguns missionários lecionassem no Seminário Diocesano (PAROGUIA SÃO JOSE, 2018).
O terreno para sua construção foi adquirido da Santa Casa de Misericórdia pelo Padre Adriano Van Lersel, no total de 8700 m2, no bairro Vila Industrial (PAROGUIA SÃO JOSE, 2018).
O projeto da Igreja e da Casa Paroquial foi desenvolvido pelo Padre Adriano Van Lersel em parceria com o arquiteto Henrique Fortini, no ano de 1917 (PAROGUIA SÃO JOSE, 2018).
Em 3 de junho de 1921, o Bispo Diocesano de Campinas, Dom Francisco de Campos Barreto, assinou o Decreto nº 1 que dispõe “Sobre a Ereção da Matriz de São José na Vila Industrial de Campinas”. A construção da Igreja contou com o auxílio financeiro de doações dos moradores da Vila Industrial e aparece em planta da cidade de Campinas no ano de 1929 (Figura 1) (PAROGUIA SÃO JOSE, 2018).
As torres foram construídas separadamente, e em 1940 é construída a primeira. Em 1944 foi inaugurado o relógio nesta torre (CONDEPACC, 2013).
O sino foi fabricado em Campinas pela Fundição Mac Hardy, em 1943 e foi instalado na torre a uma altura de 30 metros. O som deste sino alcança 1200 metros em linha reta (PAROGUIA SÃO JOSE, 2018).
O estilo escolhido foi o néo-gótico primitivo francês, uma vez que suas esquadrias são feitas com arco ogival lanceolado subdividido em duas lancetas com uma estrutura simples de quadrifólio na parte superior, como pode-se observar na Figura 2 (BRACONS, 1992, p. 24).
A igreja São José foi a primeira igreja de bairro fora do núcleo urbano central de Campinas delimitado pela linha férrea, conforme demonstra a vista aérea da Figura 3, e nada mais adequado que a escolha de um santo carpinteiro para nomear a Igreja de um bairro operário (RODRIGUES, mestrado, 1997, p. 30).
No total foi a 4aconstrução religiosa da cidade, que contava com as seguintes Igrejas na ordem cronológica: 1ª- “matriz velha”, atual Basílica do Carmo, 2ª- Igreja do Rosário, demolida, e 3ª- “matriz nova”, atual Catedral Nossa Senhora da Conceição de Campinas (RODRIGUES, doutorado, 2010).
A implantação da Igreja São José demonstra também uma preocupação estética, cujas torres enquadram a torre da Estação da Cia Paulista no pátio ferroviário, quando visto do alto da torre da Catedral em direção à Vila Industrial (Figura 4), unindo visualmente o centro ao bairro, (RODRIGUES, on-line, 2004).
Dentro da paisagem do bairro Vila Industrial, as torres também se destacam, e são reverências visuais desde sua construção, como é possível visualizar na foto do Cortume Cantusio com a vista ao longe da Igreja (Figura 5).
A Paróquia da Igreja São José é responsável, até os dias atuais, pela organização de diversas atividades sociais no bairro Vila Industrial mas que atrai toda a região, em destaque a festa de São José em 19 de março e a festa junina no mês de julho.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ARQUIDIOCESE CAMPINAS. “História da Igreja São José. Disponível em: http://arquidiocesecampinas.com/location/paroquia-sao-jose-2/
BRACONS, José. “Saber Ver a Arte Gótica”. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1992.
CHING, Francis D. K. “Dicionário Visual de Arquitetura”. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
CONDEPACC. Resolução nº 125 DE 15/08/2013 de tombamento da Igreja São José. Disponível em: http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/patrimonio/bens-tombados/verBem.php?id=279. Acesso em 16/11/2015.
PAROGUIA SÃO JOSE. Entrevista realizada em 16 de novembro de 2018.
RODRIGUES, Ana A. Villanueva. “Preservação como Projeto. Area do pátio central das antigas Cia. Paulista e Cia. Mogiana – Campinas – SP”. São Paulo: Dissertação (mestrado), FAU – USP, 1997.
RODRIGUES, Ana A. Villanueva. “Campinas fin-de-siècle”, 2004. In: I Congresso Internacional de História Urbana: CAMILLO SITTE e a circulação das idéias de estética urbana, europa e américa latina: 1880-1930.Agudos: Cultura Academica, FAPESP, UNESP, FAAC, ISAV, USC, 2004. Disponível em: https://www.arquiteturacomvillanueva.com
RODRIGUES, Ana A. Villanueva. “Campinas Clássica: A Catedral Nossa Senhora da Conceição e o Engendramento de uma Arquitetura Monumental Clássica Urbana no Brasil (1807-1883)”. Campinas: Tese (doutorado), IFCH – UNICAMP, 2010.
Linda história e arquitetura dessa igreja maravilhosa! Até hoje tem uma importância muito grande para as pessoas da Vila!
Sem dúvida a Igreja São José é um marco na paisagem da Vila Industrial e uma referência histórica