O MATADOURO NA VILA INDUSTRIAL
Desde 1858, já era previsto no Código de Posturas, as normas para construção de um Matadouro Publico.
Campinas teve vários Matadouros no século XIX, mas todos não estavam de acordo com as normas de higiene.
“O Matadouro era reivindicação da cidade pois os animais eram abatidos em quintais, as vezes nas ruas e terrenos baldios, que atraiam moscas e exalavam mau cheiro” (LAPA, 1995, p. 110).
A construção do Matadouro foi realizada pela iniciativa privada de Bento Quirino dos Santos, General Francisco Glicério e Ramos de Azevedo, a empresa foi denominada de Cia. Campineira do Matadouro Municipal (LAPA, 1995, p. 110).
Foi inaugurado em 1881, com planta e direção de obras do Arquiteto Ramos de Azevedo, nas proximidades do córrego Piçarrão, no bairro Vila Industrial. Este matadouro era um dos primeiros, no gênero, no Brasil e obedecia ao plano do Matadouro de Lisboa, Portugal (AMARAL, 1900, p. 23)
Em 15 de julho de 1885 o estabelecimento foi encampado pela Câmara Municipal, por utilidade geral do município, pela quantia de Rs. 145:107$135 (AMARAL, 1900, p. 23).
O edifício do Matadouro tinha dois pavilhões, com escritório, cômodos de matança do gado, salga, deposito de porcos e outros animais (PINTO, 1898, p. 26) (Figura 1).
O Matadouro construído na Vila Industrial em Campinas estava de acordo com o Código Sanitário, que recomendava que fosse construído nos subúrbios da cidade “fora do trajecto dos ventos reinantes” e “colocado em próximo de cursos d’água, nunca em local, para cuja direção a cidade tendesse a crescer” (LAPA, 1995, p. 111) (Figura 2).
Desta forma o Matadouro foi construído as margens do córrego Piçarrão e na área entre o bairro Vila Industrial e bairro São Bernardo. O gado chegava no pátio ferroviário e seguia a partir da rua Francisco Theodoro até a chamada rua da boiada, ou caminho do matadouro, atual rua Conselheiro Gomide, como mostra na planta da cidade de Campinas de 1900 (Figura 3).
No inicio do século quando o bairro mal começava a se formar, era comum as pessoas observarem, ao longe, uma grande poeira levantar-se. Era a boiada que havia chegado pelos trens da Mogiana, ou vindos do bairro da Ponte Preta. Ela descia lentamente a rua Sales de Oliveira, ainda sem pavimentação. Mugidos, barulhos de cascos pisando ruidosamente e a forte poeira, obrigava todos a fecharem temporariamente os estabelecimentos comerciais, as portas e as janelas. (CONDEPACC – Processo de Tombamento 03/90) (Figura 4).
O matadouro foi demolido no ano de 1972 (Figura 5) e localizava-se aproximadamente onde hoje é o cruzamento da rua general Lauro Sodré com a avenida pref. Faria Lima.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AMARAL, Leopoldo (org). A cidade de Campinas em 1900. Campinas, Typ. a vap. Casa Livro Azul, 1899.
CONDEPACC – Processo de tombamento 03/90 – Vilas Manoel Dias e Manoel Freire.
LAPA, José Roberto do Amaral. “A Cidade os Cantos e os Antros”. São Paulo: Edusp, 1995.
PINTO, Alfredo Moreira. “Campinas Impressões de Viagem”. Rio de Janeiro: Comp. Typ. Do Brasil, 1898.
Muito interessante. Eu não conhecia nada a respeito do matadouro de Campinas. Foi bom também encontrá-la aqui, Ana querida. Até breve.
Cidinha, muito feliz em tê-la no meu site. Espero que goste da leitura e acompanhe as demais postagens
Eu tive o prazer de conhecer o matadoro pois meu pai irmãos aprenderam a profissão de açougueiro lá hj quem passa naquela região nem imagina que ao lado do matadouro havia um convento de freiras uma fábrica chamada boreal ah atrás do matadouro também tinha uma colônia onde morava alguns funcionários essas fotos me trouxe muita recordação na época da demolição eu morava na rua Augusto dias da Silva na vila industrial ou seja de frente adorei me trouxe grandes recordações..
Fico muito feliz em ter trazido boas recordações para você. Se tiver fotos antigas contribua para o artigo
Obrigada
Muito bom recordar